sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O EGOCENTRISMO DE UM POVO



O EGOCENTRISMO DE UM POVO…

…Infectado por um complexo de superioridade insalubre.
Quero salvaguardar, desde já, a imagem de D. Filipa de Lencastre que não tem nada a ver com o assunto; contudo, a maneira de estar dos ingleses perante o mundo, principalmente perante os portugueses, deixa muito a desejar.
Antes de continuar a prosar sobre esse “nobilíssimo” povo, muito gostaria eu de saber em que é que ele nos beneficiou até hoje. Naturalmente que muitos irão objectar sobre que bicho me mordeu para começar desta maneira tão contundente e sarcástica. É fácil?! O sarcasmo é a virtude genética que possuo e com a qual ataco aqueles a quem o demérito marca pelas punhaladas traiçoeiras que vão dando na sociedade incauta ou adormecida; a contundência é para mim a arte mais nobre de ataque frontal, pois sou avesso à subtileza – a diplomacia, deixo-a para os diplomatas. Isto é, não sei dizer coisas desagradáveis, agradavelmente, porque as pessoas podem fingir-se de estúpidas e fazer que não compreendem, porque não lhes convém, por isso, procuro ser duro, claro e directo, permitindo com esta postura a contestação e defesa a quem de direito, em refutação às minhas equações opinativas, porquanto eu não me considero detentor da absolutez da razão. No entanto procuro sempre firmar o que escrevo suportado por factos indubiamente abalizados.
Ainda não consegui e talvez nunca venha a conseguir digerir a teimosia maleitosa de que a comunicação social britânica se remediou, para denegrir a aura de comprovada competência da nossa Polícia Judiciária, como se os ingleses fossem o néctar da sapiência, da competência e da infalibilidade.
Não, isto não é de modo algum uma revelação xenófoba, antes porém uma ostentação de desconforto raivoso pelas cínicas críticas que têm feito e que não deixam de meter nojo e revolta a quem se sente português; porque, que eu tenha conhecimento, ainda não foi provado cientificamente que a inteligência inglesa é mais refinada do que a portuguesa ou do que a de qualquer outro povo do mundo, por mais abascado que ele seja.
Para não falar dos outros, porque a defesa é pertença de cada um, a nós bem nos têm lixado ao longo dos tempos desde a subida do Mestre de Avis ao trono de Portugal.
É do meu conhecimento mais uma manifestação desta “amizade” histórica, no período que remonta às invasões francesas, onde os nossos “amigos” ingleses, depois de saques, violações e mortes com que marcaram a época, arremataram-na com a pena capital, por enforcamento, do Tenente-General Gomes Freire de Andrade, liberal democrata.
Se têm curiosidade em saber porquê, leiam, porque a história fala por si! Eu não sou historiador. Mas que eles deixaram uma fama pouco abonatória por estas bandas, deixaram.
Seguidamente e passados uns anitos, sem razão fundamentada a não ser a cobiça e o despotismo de sua majestade, enjambraram o celebérrimo Mapa-Cor-de-Rosa, donde brutou (é mesmo brutou!) ao estilo inglês, um fastidioso Ultimato que devido às politiquices, ainda hoje na moda, culminou na perda da área geográfica entre Angola e Moçambique e serviu de fermento para o regicídio na pessoa do Rei D. Carlos, consumado por Manuel José dos Reis da Silva Buíça.
Apareceram agora os iluminados media de Sua Majestade a denegrir a actuação da nossa Polícia Judiciária no caso dos Mac’Cann, - espero bem que lhes saia o tiro pela culatra - como se a polícia inglesa desvende todo o mistério que lhe aparece, à laia de Sherlock Holmes, fantasia ficcionista do escritor britânico Conan Doyle.
Para mim, este sentido de auto-imaculação faz-me assomar à face um sorriso cor de limão e efervescência encefálica co que o meu sistema periférico não consegue lidar.
Vejamos: entre muitas outras coisas, nunca souberam quem foi Jack o Estripador e, há bem pouco tempo, mataram um cidadão brasileiro por engano (?) depois de tê-lo andado a seguir, como sendo um terrorista; agora miseravelmente desculpam-se, alegando que não foi crime, mas equívoco.
Como!? -Pergunto eu. A polícia inglesa nunca se engana!?... Seria bom, não seria?
Além do mais, por todos os reveses que têm havido naquele Kingdom a nível político e social, acho que é tempo de eles deixarem de olhar somente para o seu próprio umbigo e convencerem-se de que não são povo com autoridade moral e precisão crítica suficientes para dar lições de vida ou satirizar seja quem for. E muito menos a Polícia Judiciária portuguesa que se desunhou com o triste caso, e até o próprio povo que tem pago todas as despesas que o erário público tem dizimado com este incidente, cujo preço não será certamente irrisório.
Acho mais conveniente os ingleses abandonarem a filosofia do must be e encaminharem pela de could be, se não será de toda a conveniência you had better hold your tongue.


António Figueiredo e Silva

Coimbra 24/10/2013





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